Os coreanos começaram a beber café na época do Império Coreano, entre 1897 e 1910. Na época, o café era uma raridade, mas a mistura de café instantâneo trazida pelo Exército dos Estados Unidos, após a Guerra da Coreia, permitiu que qualquer um aprendesse a gostar da bebida e fosse inserida no cotidiano. Com uma combinação de açúcar e creme, o café instantâneo dominou o gosto dos coreanos por quase 40 anos, principalmente, pois a bebida com o toque doce alegrava um pouco o país depois de tantos problemas políticos e guerra.
Depois disso, o que costumava ser chamado de “Café Dabang“, uma mistura de café, creme e açúcar em proporções aproximadamente iguais de 1x1x1, tornou-se muito popular em 1977. A cultura peculiar do café na Coreia, que é servido em uma pequena xícara ou copo de papel, de 120 ml, também foi criada neste período.
Os Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, fizeram com que muitas atividades e costumes mudassem por lá, incluindo o café. Entrando nos anos 1990, a tendência de grãos de café floresceu. Com isso, as lojas especializadas em café, substituíram o “Dabang”, um “boteco” de estilo antigo, onde várias bebidas eram vendidas.
Sendo assim, as pessoas começaram a desfrutar do “café americano”, que era suave como a água. As vendas de café em lata e mistura de café também aumentaram nas devidas proporções que o café ficou mais popular e pulverizado por todo o país.
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Cafeterias
Uma segunda onda de mudança atingiu a nação cem anos após o advento do café, aonde as lojas de café em grão moído na hora, surgidas a partir de 2000, trouxeram a cultura do café coreano para um nível totalmente novo. Pequenas lojas de propriedade de mestres cafeeiros começaram a se expandir a partir de Seul para a zona rural, estimulando o paladar.
As habilidades dos mestres evoluíram cada vez mais e, como o consumo de café aumentou, grãos de café de melhor qualidade começaram a ser importados. E hoje, existem mais de mil locais só em Seul, que torram e fazem o café de forma singular. Mestres cafeeiros tornaram-se conhecidos nacionalmente através das redes sociais, mídias e blogs, e várias lojas transformaram-se empresas, franquias e potência nacional.
“Koppii”, significa café em coreano, e quem percorre as principais ruas e avenidas da capital da Coreia do Sul, onde vivem mais de 10 milhões de habitantes, logo perde a conta do impressionante número de cafeterias. Estima-se que sejam entre 12 mil e 15 mil e que o total poderá se aproximar de 20 mil nos próximos anos, uma concentração sem paralelo em nenhum outro lugar do planeta.
Mais do que apenas um evidente sinal de que o café caiu de vez no gosto dos sul-coreanos, tradicionais apreciadores de chá, a proliferação de cafeterias acompanha as mudanças de comportamento em curso na sociedade local, sobretudo entre os jovens. As cafeterias se tornaram os pontos de encontro em diversas classes sociais.
Apesar da presença de grandes redes, estima-se que três quartos das cafeterias instaladas na Coreia do Sul sejam administradas por empresários de pequeno porte, que muitas vezes tocam sozinhos lojas menores, com vendas mais restritas.
Se não conseguem se diferenciar, engordam a elevada “taxa de mortalidade” que marca o segmento. Não muito diferente da situação dos pequenos torrefadores, que atualmente elevam a aposta em grãos especiais, de maior qualidade, para seguir adiante.
Sem produção própria, a Coreia do Sul tem de recorrer a importações para atender ao seu novo concorrido segmento, a maior parte é originária do Vietnã, cujo foco está na espécie robusta, que domina os cafés solúveis. Em seguida aparece o Brasil, cujos exportadores nunca torceram tanto pelo sucesso do país asiático.
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Local Inesquecível para Visitar
Um café sul-coreano impressionou por ter a decoração baseada no popular drama W (Two Worlds), no qual os personagens são transportados para dentro de uma história em quadrinhos.
O café, chamado Yeonnam-dong 239-20 abriu em julho de 2017, próximo à estação Hongik University. Sua fachada parece de um café comum, mas o charme está no seu interior. Tudo, inclusive as louças, é decorado para parecer um cenário de uma história em quadrinhos. Tanto no ambiente interno quanto no externo, a mobília é branca, com grossos traços pretos formando o contorno.