Como diversas história sobre culinária, bebidas e sabores, tudo começou com a imigração. Em meados do século 20, quando a cultura do café na Itália teve um grande crescimento em 1940 graças à invenção da máquina a vapor, milhares de imigrantes italianos se mudaram para os 4 cantos do mundo, inclusive para a Oceania, após a Segunda Guerra Mundial. O gosto por um cafezinho bem feito acabou viajando o mundo com eles.
Apesar de não ser um produtor de café, o país é um importante mercado consumidor, tendo o Brasil como um dos maiores exportadores de grãos para a Nova Zelândia. Uma curiosidade é que a capital Wellington, tem mais cafeterias do que Nova York, por exemplo. A cidade também abriga cerca de 40 casas de torra, que distribuem os grãos torrados para todo o país, já que praticamente todo neozelandês tem em casa uma máquina de fazer café.
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Consumo e Cafeterias
A paixão pela bebida é tão grande que pode ser percebido com o aumento das vendas das cafeteiras durante a pandemia e o período de isolamento, com as pessoas procurando por grãos e equipamentos. No Coffee Supreme, famosa casa de torrefação da Nova Zelândia, por exemplo, as vendas de equipamentos aumentaram 120% durante o lockdown.
Pesquisas mostram que mais da metade dos neozelandeses (52%) vai atrás do seu café preferido não importa a qual distância, podendo sair do seu caminho habitual só para garantir uma xícara fresca da bebida. Outro dado interessante vindo de um estudo realizado pela Canstar Blue, empresa de pesquisa de satisfação com consumidores, é o de que, em Wellington, 42% dos moradores diz não conseguir começar o dia sem antes beber café. O ambiente relacionado ao café também atrai seus amantes: ainda na capital, 18% dos ouvidos na pesquisa disseram fechar negócios e realizar reuniões em cafeterias.
A relação dos neozelandeses com o café é tão forte que as cafeterias são importantes pontos de encontro e socialização. A maioria das casas também tem um ambiente amigável para crianças, oferecendo brinquedos, cadeirões e até menu infantil. Assim, é comum ver grupos de mães socializando nas cafeterias enquanto as crianças apreciam um “fluffy”, que leva leite, chocolate e marshmallow.
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Flat White
Em cada canto do mundo, o café possui versões diferentes, por exemplo, nos EUA sempre foi comum comprar um copo enorme de café, porque os americanos gostam geralmente dele fraco. Já os italianos possuem seus famosos Espressos, aqui no Brasil, se você pedir um Pingado em qualquer bar ou padaria, é a versão nacional do mundialmente famoso Latte, menos “gourmetizada”, assim por diante em cada canto do mundo.
Pensando nisso, Nova Zelândia e Austrália possuem uma grande relação com a sua versão chamada Flat White. Em resumo, é um cappuccino mais suave, com uma espuma branca, menos intenso do que um Espresso, mas mais forte do que um Latte (que é feito com uma quantidade generosa de leite).
Enquanto um cappuccino clássico tem camadas distintas de café Espresso, leite fervido e espuma, o Flat White é apenas uma dose de Espresso com uma pequena dose do leite fervido. Assim, o gosto do café é apenas realçado e não mascarado pela espuma branca.
Embora tenha sido popularizado como uma invenção australiana, há uma disputa com a vizinha Nova Zelândia pela autoria do Flat White.
Esta disputa tem vários detalhes, sendo um deles que a Nova Zelândia defende ter produtos laticínios superiores e mais puros, automaticamente um bom leite que resulta em melhores bebidas nas cafeterias. Outra diferença é que o Flat White neozelandês leva uma dose de Espresso (um pouco mais longo, resultando em 50% a mais de volume na bebida), já o australiano é feito com Ristretto, portanto, na Nova Zelândia, eles bebem Flat Whites com gosto mais intenso de café do que de leite.