O café foi o principal produto de exportação da economia brasileira durante o século 15 e o início do século 20, garantindo as divisas necessárias para a sustentação do Império do Brasil e também da República Velha.

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O café chegou ao norte do Brasil, mais precisamente em Belém, no ano de 1727, trazido da Guiana Francesa pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, enviado às Guianas com essa missão, devido ao seu grande valor comercial na época.

O Sargento aproximou-se da esposa do governador da capital da Guiana Francesa, conseguindo conquistar sua confiança, ganhando e trazendo na bagagem, uma pequena muda de café Arábica.

Em Belém, a cultura não foi muito difundida, sendo levada nos anos seguintes para o Maranhão e chegando à Bahia em 1770. No ano de 1774 o desembargador João Alberto Castelo Branco trouxe do Maranhão para o Rio de Janeiro algumas sementes que foram semeadas na chácara do Convento dos Frades Barbadinos, que a partir de então, espalhou-se pela Serra do Mar, atingindo o Vale do Paraíba por volta de 1820, posteriormente Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.

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Devido ao clima do nosso país, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção inicialmente voltada para o mercado doméstico. O café, em sua trajetória, passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

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Em um curto espaço de tempo, o café passou de uma posição secundária para a de produto-base da nossa economia. Desenvolveu-se com independência, apenas com recursos nacionais, sendo a primeira realização exclusivamente brasileira que visou a produção de riquezas.

A cultura se estabeleceu inicialmente no Vale do Rio Paraíba, iniciando em 1825 um novo ciclo econômico no país e no final do século 18, com a crise da produção cafeeira do Haiti (devido à longa guerra de independência que o país manteve contra a França), o Brasil aumentou significativamente a sua produção e passou a exportar o produto com maior regularidade.

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Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, e as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do país e o inseriram nas relações internacionais de comércio.

A cultura do café ocupou vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo o interior do Estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e norte do Paraná. Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da produção, substituindo o transporte animal e impulsionando o comércio inter-regional de outras importantes mercadorias.

Com o café, houve o aumento da imigração, consolidou a expansão da classe média, a diversificação de investimentos e até mesmo intensificou movimentos culturais. A partir de então o café e o povo brasileiro se tornam inseparáveis!

Além de ter sido fonte de muitas das nossas riquezas, o café permitiu alguns feitos extraordinários conhecidos em todo o mundo. Durante muito tempo, o café brasileiro mais conhecido era o tipo Santos, com sua qualidade e o fato de ser um dos principais portos exportadores do produto, determinou a criação do Café Tipo Santos.

O café continua hoje, a ser um dos produtos mais importantes para o Brasil e é, sem dúvida, o mais brasileiro de todos.

Hoje o país é o primeiro produtor e o segundo consumidor mundial de Café!

Cafeterias no Brasil

Apesar de termos poucas informações sobre a época de surgimento da venda de café em locais comerciais, sabe-se que inicialmente os locais ficaram conhecidos como “casas de café”, “lojas de casas de café” ou “casas de café e licores”. Geralmente lugares simples, que ofereciam o café com algum alimento, em geral pães, principalmente, frequentado no período da manhã, podendo até ser relacionado às nossas famosas padarias.

Por volta de 1820 começam a aparecer no Rio de Janeiro as primeiras cafeterias propriamente ditas, como o Café do Estevam e o Braguinha, cujo nome oficial era “A fama do café com leite”, mas ficou famoso por causa de seu dono, um português conhecido como Braga.

Localizadas em pontos nobres da cidade, as cafeterias eram frequentadas, diariamente, por médicos, advogados, homens de letras e de teatro.

Em São Paulo, apareceram mais tarde, na década de 1850, com a considerada primeira cafeteria, o Café da Maria Punga, que ficava na casa de sua proprietária, Maria Emília Vieira, era um estabelecimento simples, com poucas xícaras e mesas, frequentado, principalmente, por estudantes da Faculdade de Direito, que ficava à sua frente.

Em 1876 era inaugurado o Café Europeu, o primeiro dos estabelecimentos luxuosos da cidade, com balcões de mármore, mesas redondas, cadeiras de palhinha, doces e pães feitos de matéria-prima importada.

Na Belle Époque carioca, período em que se importava arte, tendências e hábitos europeus, sobretudo de Londres e Paris, começaram a surgir as confeitarias como a Confeitaria Colombo, trazendo o requinte e pessoas da alta sociedade, inclusive mulheres, que eram um público atípico dos cafés.

Tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, as cafeterias e confeitarias se tornaram o centro social da cidade, frequentadas por artistas, escritores, políticos, jornalistas e estudantes, para boas conversas, negócios, debates e até de movimentos políticos, como a propaganda republicana.

 

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