No período entre os anos de 1940 até 1955, as safras de café do nosso país variavam entre 15 e 20 milhões de sacas. Após o ano de 1957, apesar da ocorrência de grandes oscilações, o patamar de produção experimentou um bom aumento, passando a atingir mais de 20 milhões de sacas anuais.
Os estados de São Paulo e Paraná eram os maiores produtores de café até a década de 70. No entanto, nas décadas posteriores, o cultivo de café se expandiu no Estado de Minas Gerais. Isso aconteceu devido a alguns fatores políticos e climáticos, sendo os principais deles o aparecimento de geadas nas lavouras mais expressivas de São Paulo e Paraná e a redução no estoque em diversos países produtores no mercado mundial.
Para se ter uma ideia de como foi essa expansão, na década de 70 a produção média de Minas Gerais era de 3,6 milhões de sacas por ano. Já em 1980, essa produção subiu para 8,1 milhões, um aumento de 2,25x.
Foi em 1985 que Minas assumiu o primeiro lugar na produção de café do país. Entre os anos de 1990 e 1999, a média de produção foi de 10,3 milhões de sacas por ano. Até 2010, essa média subiu para 18,4 milhões.
O avanço do segmento cafeeiro em Minas teve um papel transformador na região. Milhares de pessoas foram empregadas por meio da construção de armazéns e lavouras, além de muitas pesquisas científicas terem sido desenvolvidas.
O café é o produto agrícola que o Brasil mais exporta, vindo a maior parte dele de Minas Gerais. Para se ter uma ideia, em 2017, a comercialização de grãos de café verde somou US$ 3,4 bilhões, representando 14% das exportações estaduais.
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Como funciona a produção de café em Minas Gerais
No ano de 2017, o Sul de Minas e o Cerrado Mineiro foram responsáveis por produzir mais da metade da safra de café mineira. Na sequência, aparecem as regiões da Região das Matas e Chapadas. Em todas elas, a grande parte dos cafeicultores cultivam o café em propriedades médias e grandes, com exceção da Região das Matas, onde muitos cafeeiros trabalham em lavouras de até 30 hectares.
Veja abaixo mais curiosidades e estatística a respeito das maiores regiões de café de Minas Gerais:
Sul de Minas
O Sul de Minas é uma das áreas que mais produzem o café Arábica em território brasileiro. Sua altitude varia entre 850m e 1.250m, proporcionando um clima ameno com temperatura média por volta de 22 e 24°C.
Esses atributos e particularidades casam perfeitamente com a produção dos “carros chefes” da lavoura atualmente, que são as variedades de café chamadas de Mundo Novo e Catuaí, seguidos por Obatã, Icatu e Rubi.
Esses cafés atingem as classificações mole ou estritamente mole, que são uma das melhores para a bebida. Devido à temperatura e à elevada altitude, o sabor é bastante encorpado e com acidez moderada, além de um aroma levemente frutado.
Cerrado Mineiro
Os cafés produzidos nas regiões de Cerrado são, em sua maioria, do grão Arábica, caracterizados pelo aspecto fino da bebida ao mesmo tempo com o gosto bastante encorpado, além de seu aroma doce e envolvente.
Devido a região ter altitudes entre 800m e 1.000m, suas estações são bem definidas e pronunciadas. Os verões, como é de se esperar, são quentes e chuvosos, já os dias de inverno são preenchidos por temperaturas frias e clima seco.
Isso contribuiu bastante para a produção de café de alta qualidade, com sabores que se equilibram entre consistência e acidez. Os ares dessa área influem na florada dos cafezais, já que a etapa de floração é uma das mais importantes no cultivo do café, definindo o potencial produtivo de todo o cafezal.
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Região das Matas
Essa região está localizada na parte leste do estado, atualmente responsável pela produção exclusiva dos grãos tipo Arábica. Esse tipo de café se adequou muito bem às características das matas por ter uma topografia acidentada, com altitude entre 400m a 1.400m.
A região do Caparaó é um bom exemplo de sucesso, já que, hoje em dia, ela cultiva um dos cafés mais caros do mundo! As matas de Minas têm ganhado grande destaque internacional, levando prêmios devido à excelência de café produzido, resultado de um trabalho feito com dedicação e comprometimento.
O sabor do café produzido nessas regiões é bastante complexo, com gosto adocicado e equilíbrio na acidez, além de um aroma floral e suaves notas de chocolate, o que evidencia cada nuance de sabor.
Chapada de Minas
A Chapada de Minas é uma área que tem uma geografia diferenciada por seus planaltos cortados por rios e cheios de desfiladeiros.
O plantio de café na região teve início primeiro em propriedades maiores, depois foi se expandindo para aquelas de proporções menores.
Apesar de a maior parte do café da Chapada de Minas seja processada naturalmente, os melhores são os grãos que foram despolpados, ou seja, aqueles que permaneceram em grandes piscinas de água por 12 a 48 horas, produzidos em lavouras maiores e dando origem a bebidas com notas florais, frutadas e ácidas.
Já os pequenos e médios agricultores dessas regiões têm apostado no cultivo de café descascado, sendo um diferencial e uma alternativa mais rentável para esse tipo de produtor.
E então, gostou de saber mais sobre a produção do nosso delicioso cafezinho em Minas? Fique de olho no nosso blog que sempre traremos novidades sobre esse assunto que nos faz tão feliz!