Foi no ocidente que a história do café ganhou o seu charme, pois a sua chegada na Europa foi marcada por embates políticos e romantizada em uma das composições de Bach. A bebida chegou em 1615, em Veneza, por Botteghe del Caffè, um dos pontos responsáveis pela propagação das técnicas de torra e moagem do café. Tratada como especiaria e artigo de luxo, a semente negra teve muitos entraves até a sua popularização no lado europeu, inclusive na França e outros países vizinhos da Itália.

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Por volta do séc. XVII, conforme florescia o Iluminismo e se planejava a Revolução Francesa, as cafeterias começaram a se desenvolver, juntamente com os ideais que transformariam o período. Assim, a história do café começava a ganhar forma na Europa.

O aumento do consumo da bebida fez nascer a necessidade de processos mais ágeis para a produção de uma boa xícara de café. Enquanto a Europa vivia o início da Revolução Industrial (XIX), os cientistas começaram a estudar possibilidades de produzir café em máquinas a vapor.

 Origem das Cafeterias

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É importante saber que a França possui incontáveis cafés, tem tradição e é em Paris que se concentram a maior parte das cafeterias e locais para degustação dos mais variados tipos, que viraram pontos de encontros e uma marca aconchegante do país. O café é aquele companheiro fiel, diário e que recorremos sempre que possível, seja puramente sozinho, seja acompanhado de um amanteigado croissant ou  delicioso croque-monsieur.

Os primeiros cafés surgiram em Paris por volta do século XVII. Assim que apareceram, tiveram popularidade as pessoas mais nobres da sociedade que se reuniam para conversar e, muitos dizem que para conspirar politicamente. Há rumores de que nos recém-inaugurados cafés faziam-se críticas ao governo e isso teria chegado aos ouvidos do rei, que questionou a um de seus conselheiros se não seria conveniente impedir o funcionamento dos cafés.

Em meados de 1680, Luís XIV foi uma espécie de visionário, adivinhou e temeu, com um século de antecedência, o papel dos cafés na divulgação dos princípios e dos valores que contribuiriam para a derrubada da monarquia na França.

Luís XIV não proibiu o funcionamento dos cafés, mas com o passar dos séculos se transformaram em um dos cenários mais característicos da paisagem francesa. Frequentado no começo apenas por grandes pensadores, artistas e personalidades da época, já revelava alguns elementos de uma sociedade em transformação. Ao contrário dos salões literários, onde os integrantes da mais alta nobreza recebiam as pessoas, os cafés permitiam realizar encontros com um público mais diversificado.

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Na França em meados da década de 1850, muita coisa já havia mudado em relação ao tempo do absolutismo monárquico. Em pouco mais de cinco décadas os franceses testemunharam muitos acontecimentos. Entre eles a Revolução Francesa, a ascensão e a queda de Napoleão Bonaparte, a restauração do absolutismo com Luís XVIII, a Revolução de 1830 e a crise do governo de Luís Felipe, o rei burguês. Tudo acontecendo em meio ao surgimento de movimentos sociais como o dos operários e o das sufragistas.

À medida em que a sociedade ia se transformando, a frequência nos cafés também se modificava. Depois disso, passaram a ser admitidos ali os cavalheiros de ascendência menos nobre, assim como algumas pouquíssimas mulheres, observadas pelo público masculino com um misto de choque.

Na virada do século XIX para o XX a cidade de Paris já colecionava algumas centenas de cafés, espalhados pelos quartiers mais populares do momento.

Ao longo do século XX, muito se discutiu, se produziu e se testemunhou à mesa dos cafés franceses. Artistas, intelectuais, escritores, mecenas, homens de destaque e pessoas comuns ali compartilharam com angustia as notícias da 1ª Guerra Mundial. Assim como as preocupações dos anos de 1920 e o aumento das tensões e rivalidades dos anos de 1930, marcados pela ascensão dos fascismos e pela iminência de uma nova guerra.

Sugestão de Filme: Meia Noite em Paris
Owen Wilson interpreta Gil, roteirista de Hollywood que está passando férias em Paris com a família da noiva, Inez (Rachel McAdams). Gil adora voltar à Cidade Luz e lá que se reconecta com a “grande arte”, longe do dia a dia de enlatados encomendados de Los Angeles. Seu sonho era viver nos anos 1920, quando F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso circulavam por ateliês e cafés da cidade. Certa noite, Gil misteriosamente realiza esse sonho!

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Café na França atualmente

Foi assim que, ao longo dos séculos, o café foi sendo convertido em verdadeiro personagem da história francesa: mais do que um lugar de memória, de convívio e de socialização. O café foi testemunha de um processo histórico diversificado, cujas complexidade e riqueza ainda nos apaixonam. Os cafés de Paris e em outros locais espalhados pela França são produtos e, ao mesmo tempo, testemunhas das grandes transformações pelas quais as sociedades europeias passaram.

Existem muitos Cafés em toda a França, desde os mais chiques, até aqueles do dia-a-dia, que você irá encontrar na esquina do seu hotel, na frente do metro, em qualquer cantinho nas cidades e mesmo no interior. Cafés clássicos, aqueles que artistas, escritores e outras personalidades frequentaram e alguns Cafés mais básicos e baratos, mas que ainda assim tem muito charme e faz você entender o glamour da antiga Paris.

É sempre bom unir gastronomia e bons passeios!

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