Foi por meio das embarcações vindas da Europa, que nosso amado cafezinho chegou ao Novo Mundo. Foi no início de 1600 que, conta-se, o fundador da Colônia de Virginia, capitão John Smith, apresentou o café aos outros colonos de Jamestown.

Publicidade

Como eles tinham hábitos ingleses, o chá, a sidra e a cerveja reinavam entre suas bebidas favoritas no dia-a-dia.

Em 1670, em Boston, é de quando se tem a primeira referência escrita nos Estados Unidos sobre o café: Dorothy Jones recebe a primeira licença para vender a bebida.

Com isso, o café foi chegando na cultura americana pouco a pouco, pois, embora as casas de café rapidamente começassem a aparecer, o chá continuou a ser a bebida favorita no Novo Mundo. Isso até 1773, quando os colonos se revoltaram contra um imposto pesado sobre o chá determinado pelo rei George III.

Publicidade

A revolta, conhecida como a “Festa do Chá de Boston”, impactaria para sempre a preferência pelo café.

Os colonos, derrubaram um carregamento de chá no porto de Boston e, desde então, quem consumisse chá era considerado antipatriota: beber café tornou-se assim a “nova bebida favorita”.

Leia também sobre: A Origem do Café pelo Mundo >>

Os Cowboys, o Café e a Guerra

Publicidade

À medida que os Estados Unidos cresciam em meados dos anos 1800, os vaqueiros, conhecidos como Cowboys, acabaram aprendendo algumas tradições do oriente, como o preparo do café: o grão verde era torrado sobre uma fogueira no chão, moído em um pilão e depois fervido. Bem similar como era feito tradicionalmente na Etiópia, mas sem toda aquela ritualidade.

O método conhecido nos EUA como “cowboy coffee” era utilizado pelos cowboys reais em movimentos com o gado e em aventuras no Oeste Americano.

Em 1864, os irmãos de PittsburghJohn e Charles Arbuckle, começaram a vender café pré-torrado por um pound e tendo um bom lucro nessa operação comercial.

Diversas marcas de café de grande nome, incluindo Maxwell House e Hills Brothers, seguiram rapidamente o exemplo.

Ao mesmo tempo que este movimento dos vaqueiros acontecia, eclodia a Guerra Civil (1861-1865). O café foi usado neste contexto, e preparado praticamente da mesma forma, para dar energia aos soldados, sendo incluído nas rações diárias disponibilizadas para os combatentes. Diversos historiadores confiam que foi a Guerra Civil que realmente levou o café ao status de “bebida dos EUA”, já que o hábito de beber café durante a guerra foi levado pelos sobreviventes para suas casas.

A chegada do café instantâneo

Com o início da Primeira Guerra Mundial e a percepção de que o café apoiava os soldados em manter sua consciência e motivação em campo, a bebida começou a ser amplamente consumida durante a guerra. Dizem que o Rum era a principal bebida da guerra e foi perdendo campo para o café, devido a clareza mental que o café trazia.

A necessidade de fazer café facilmente no campo de batalha levou às pesquisas em se produzir um café instantâneo ou solúvel em água.

A primeira versão instantânea da bebida conta-se que foi criada em Chicago no ano de 1901 pelo químico japonês Satori Kato, sendo aperfeiçoada pelo inventor George Washington e amplamente utilizado durante a Segunda Guerra Mundial. As tropas chegaram a consumir algo em torno de 100 mil quilos durante as batalhas!

O café instantâneo da pós-guerra foi introduzido no mercado e permaneceu popular nos Estados Unidos até que Starbucks abriu em Seattle em 1971.

Leia também: A Diferença do Café Arábica X Robusta >>

Starbucks

A Starbucks fez o café geograficamente disponível para pessoas em todo o país e mudou a forma dos americanos beberem café, e hoje conta com mais de 21.000 lojas em 64 países.

Os copos tão famosos para levar seu café enquanto vai ao trabalho também foram desenvolvidos fortemente nos EUA. A força da indústria automobilística e seu uso no dia a dia da vida dos americanos fez com que “poder levar seu café quentinho e beber enquanto anda ou dirige” algo fundamental para os clientes, se tornando um “estilo de vida”.

O uso dos copos para levar café também impressiona bastante. Para quem nunca foi aos EUA, andar nas ruas de Nova York pela manhã é encontrar uma massa de gente caminhando com seu copo de café nas mãos. A cultura do café por lá e o estilo de vida vinculado a ele realmente é muito forte.

tamanho dos copos nos EUA também assombra, pois, a quantidade de café que os americanos bebem também assusta qualquer brasileiro acostumado com sua xícara de café, que tem até uma “colherzinha” para colocar açúcar, mas grande parte do café consumido no país, os brasileiros por vezes consideram aguado comprado ao nosso cafezinho tradicional ou mesmo o Espresso.

Para se ter uma ideia, em 2011, a Starbucks lançou o copo chamado de “Trenta”, que comporta até 916 ml de café!! O maior copo antes deste era o “Vinti” que carregava até 600 ml. É uma boa quantidade de café para os apaixonados pela bebida, não acham?!
Embora a Starbucks venda nessa quantidade, em sua grande maioria, café com leite.

Leia também: Destinos EUA >>

Como surgiu o “Coffee Break”

pausa para tomar um café ou o conhecido Coffee Break também surgiu com a cultura da guerra.

Conta-se que a prática começou nas fábricas de esforço de guerra da Segunda Guerra Mundial para dar aos trabalhadores um breve descanso e um “up” de cafeína para voltarem ao trabalho.

Não surpreende quando pesquisamos em saber também que a origem do “Coffee Break” também está entrelaçada com a evolução do trabalho de oito horas diárias, adotado por muitas fábricas no início dos anos 1900.

À medida que os sindicatos ganhavam força, as pausas obrigatórias tornaram-se a norma e a cultura da pausa para o café foi ganhando estrutura. Uma campanha publicitária em meados de 1950 também deu um empurrãozinho para que o termo “Coffee Break” fosse amplamente utilizado, ganhando também, outros países, como aqui no Brasil, que a pausa também passou a ser vista como um momento social e de grande interação, seja no trabalho, seja em eventos e reuniões.

Hoje, a revolução do café nos EUA continua a crescer! Um movimento chegou em pequenas casas de café de propriedade independente para refinar o café e trabalhar a bebida de forma artística, muito parecido com o que já é feito com o vinho e com a cerveja.

Conhecer a história do café: se são orgânicos, produzidos localmente ou sua origem, como são torrados etc. são informações que diversos clientes não estão mais abrindo mão e que cria um novo e promissor mercado. Muitos jovens têm se interessado por essa área de trabalho e focado no ramo barista, por exemplo.

Leia também: Destinos: América do Sul >>